Irmãos,

A Terra chora e junto com ela choram as Nações Indígenas. Nossa mãe sofre muito pelo ataque de seus filhos. Eles cortam a carne e arrancam seus cabelos. Seus olhos já não brilham como antes e seu sangue seca no corpo. Murcha, como o corpo de um animal apunhalado pela lâmina da lança.

Como vai ser com o Pai quando Ele perguntar ao homem o que é feito de sua mãe? E a única resposta for:

- Está morta. Então Ele perguntará:

- Quem a matou? E responderemos:

- Nós a matamos, secamos seu sangue, arrancamos seus cabelos, furamos seus olhos, cortamos sua carne; e um pranto, o Pai derramará pelo céu, dando conhecimento de Sua dor imensa e de nossa vergonha.

Nada mais, haverá a fazer, então. O Pai nos mandará a outra Terra, sem cabelos, sem sangue, sem olhos, sem pele. Mãe seca, para aprendermos como deve ser um filho diante da mãe.

Aqui, o Pai cuidará da mãe Terra, para que ela acorde de sua dor, e viva. Só colocará nela os filhos que já sabem como cuidar dela, mas depois de muito tempo, quando o sofrimento da mãe passar.

Essa a historia que índio sabe ver e falar: história da mãe morrendo, história do que virá.

P - Olá, irmão, é novo aqui na Casa? De onde vem?

R - Venho da Aldeia da Raposa.

P - Qual sua etnia?

R - Makuxi.

P - Como chegou até aqui?

R - Vim conhecer vossa Tribo (GESJ), trazido pelo Cacique Yutê. Ele fala pra nós do povo que viu lutar, defender povo da selva (Roraima). Proteger terra de índio.

Uyutã vem agradecer em nome de toda Tribo Indígena da Raposa à Serra do Sol.

Tem paz lá, agora não sabe até quando, mas tem paz agora; toda tribo sabe que Povo do Mar foi lutar por índio. Aí eu disse:

Também vou lá conhecer "Tribos de Índios do Mar" e quando voltar, falar pra toda gente, das coisas que vi e como é grande nossa Mãe (Terra), e como muita gente vive nela.

Salve, salve a Luz do Sol!

O Pai Brilhante!