Obrigada, Deus!
Obrigada, Mestre Jesus, pelas mãos que estendem o alimento, para aqueles que estão nas ruas, esquecidos das famílias, esquecidos dos seus amores!
Quando encarnada, recebi, como programação, seres que eu deveria encaminhar para uma vida correta e de uma moral elevada.
Muito cedo, ainda criança, o Consolador Prometido me foi apresentado, porém achava aqueles ensinamentos muito fracos, que não correspondiam aos meus anseios.
Casada, tive os meus filhos que, enquanto encarnada, achava que eram a fonte dos meus sofrimentos. Recebi em meu ventre uma vítima dos meus erros passados, que cedo entrou nas drogas e eu, por não me lembrar que me foi ofertada a doutrina reveladora, tentei suicídio mais de uma vez, querendo fugir da prova que eu mesma tinha escolhido para mim, achando que esse filho era a fonte da minha dor. Ignorante que era, não percebi que ele era a porta da minha cura, a solução dos meus problemas.
Decorrido o tempo, desencarnei. Não pelo suicídio, mas pelas consequências dele. Hoje, quando eu vejo as irmãs entrando por aquele corredor escuro, eu vejo meu filho ali e vocês fazendo um trabalho que competia a mim, como, em poucas palavras, falar de Jesus, mostrar que existe bondade humana, que eles não estão esquecidos. Ofertam o alimento que lhes sustentará o corpo, lhes dão as condições dignas através dos produtos de higiene, vestem os corpos expostos à humilhação.
Eu peço a Deus que meu filho esteja sempre ali quando vocês chegarem, mas às vezes eu o vejo fugir envergonhado, porque não possui a força necessária para encarar a sua vida, pois que eu, como mãe, fui fraca.
Mais uma vez, peço aos irmãos que o tragam para participar do círculo de Luz que momentaneamente é estendido a todos eles, quando vocês fazem este trabalho, e que ele seja tocado. Não sei se terá forças para isso, mas é um refrigério para as almas de todos eles. Se o meu filho não pode estar ali, uno-me às outras mães para que, em algum momento, haja o despertar dos seus filhos.
Cada vez que as irmãs entram no vale das drogas, é o Natal que chega para aqueles irmãos alijados da família, da sociedade e da dignidade.
Obrigada, Mestre Jesus!
Que na próxima encarnação eu receba esse filho em meu ventre e faça dele um ser digno de se chamar “filho de Deus”.
Obrigada, meu bom Deus!
Obrigada!
Mãe de um usuário de drogas
GESH – 07/12/2018 – Vitória, ES – Brasil